A Expressão “Corpis Christi” vem do latim e significa “o Corpo de Cristo”. É uma festa móvel da Igreja Católica que celebra a presença real e substancial de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, isto significa que Jesus está presente como um todo sob a forma de pão e vinho. Nas palavras do Papa Bento XVI, “ É a festa da Eucaristia, dom maravilho de Cristo, que na Última Ceia quis deixar-nos o memorial da sua Páscoa, o sacramento do seu corpo e do seu Sangue, penhor de amor imenso por nós.”

A solenidade é realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo sefuinte ao de Pentecostes. É uma feste de ‘preceito’, isto é, para os católicos é de participação obrigatória, na forma estabelecida pela Conferência Nacional do Bispos do Brasil- CNBB.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de  Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhas publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.” É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. A Festa foi instituída pelo Papa Urbano IV, com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264.

O papa Urbano IV, antes de ser eleito Papa, se chamava Tiago Pantaleão de Troyes,  Cônego da catedral de Liège na Bélgica, recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Santa Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. A ‘Fetê Dieu’ (Festa de Deus) começou na paróquia de Saint pelo beneficio da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a 1º procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese.          Depois se tornou festa nacional na Bélgica.

A festa se propagou por algumas igrejas, como na Diocese de Colônia  na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma, a festa é celebrada desde 1350.

Aqui no Brasil é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão  com tapetes do colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição, pricipalmente nas cidades históricas, se revestem de práticas antigas e tradicionais. As ruas são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.

Em Pirenólis, Goiás, é uma tradição os tapetes de serragem colorida cobrindo nas ruas por onde passa a procissão de Corpus Christi. Também efeita-se altares para a adoração do Santíssimo Sacramento. A procissão é acompanhada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário.

Em Castelo, no Estado do Espírito Santo, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridas formados por flores, serragem colorida e grãos. Em São Paulo, o município de Matão é famoso por seus tapetes coloridos feitos de vidro moído, serragem e flores que formam uma cruz no centro da cidade. A cidades de Mariana – MG comemora a festa de Corpus Christi enfeitando as ruas com tapetes de serragem e pinturas.

Na Arquidiocese de Brasília, a festa de Corpus Christi é celebrada no eixo monumental, com a celebração solene da Santa Eucaristia pelo Arcebispo e concelebrada por todos os Sacerdotes da Arquidiocese. Logo após, o Arcebispo Dom  João Braz de Aviz, conduz o Santíssimo Sacramento, em procissão, no Papa móvel, veículo utilizado pelo Santo Padre João Paulo II, nas suas visitas á Capital.

O local é decorado com capricho. Fiéis de várias paróquias do Distrito Federal se unem para fazer uma obra de arte no chão onde o Santíssimo irá passar, utilizando-se de serragem de madeira e diversos materiais. O resultado é a manifestação de fé e amor  à Sagrada Eucaristia.